top of page

V Fórum sobre Envelhecimento propõe reflexões sobre compaixão

Na terça-feira, dia 1º de outubro, será realizada a quinta edição do Fórum sobre Envelhecimento, no Colégio Santa Maria. O evento tradicionalmente coincide com o Dia do Idoso – 1º de outubro – e reúne atividades e palestras que lançam uma visão abrangente sobre o processo de envelhecer.

O evento é uma realização do Centro de Estudos Prisma, órgão interno do colégio que desenvolve atividades de formação de professores e oferece cursos livres e atividades para pessoas maiores de 50 anos.

O público habitual do Fórum é do entorno, incluindo moradores da região, frequentadores do Prisma e seus amigos. No entanto, o evento tem inscrição e frequência gratuitas e é aberto a todos os interessados nos temas em pauta.

Confira abaixo a programação do V Fórum do Envelhecimento e, em seguida, uma entrevista com a coordenadora do evento e do Centro de Estudos Prisma, Suzana Torres. Ela explicou as origens e o propósito do evento, e comentou brevemente a respeito de cada uma das atividades previstas.

Sajama: Como e por que o evento foi criado?

Suzana Torres: Estou aqui [no escritório] um dia e me liga a assessoria de imprensa do colégio, e me pergunta o que eu iria fazer no Dia do Idoso. Eu fiquei surpresa: idoso tem dia? Não sabia. Quando desligo o telefone, pergunto à secretária o que faziam, pois ela está aqui há mais tempo. Me disse que comemoravam todos anos: faziam um cartão e punham chocolates junto. Achei péssimo: a maioria dos idosos tem restrição alimentar e no cartão você escreve o quê? “Parabéns, você está ficando velhinho”?

Eu fico o tempo inteiro me perguntando: por que é tão complicado pensar no envelhecimento? Por que as pessoas nem falam sobre isso? Há algumas metáforas como “melhor idade” e “terceira idade”. Logo que eu entrei [na coordenação do Prisma], falei: a gente não vai usar nenhum desses termos. Porque “terceira idade” quer dizer que tem uma primeira, uma segunda e uma terceira idade – como se o desenvolvimento fosse uma escada, que a gente vai indo em direção aos degraus acima. E voltar significa retrocesso – essa não é uma boa imagem.

Todas essas questões foram me provocando a pensar: o que a gente precisa fazer? Talvez seja olhar para esse envelhecimento de frente e tentar entender por que a gente construiu representações tão depreciativas. Por isso, precisa fazer o movimento oposto a [termos como] “melhor idade” e afins. Começamos a discutir qual é o contexto social em que vivemos, como olhamos para isso.

Comecei a organizar o Fórum para a gente poder tomar o envelhecimento como reflexão, na possibilidade de modificar as representações que a gente construiu culturalmente, de que envelhecer é quase uma doença; de que a gente tem que pedir desculpas para as pessoas por estar ficando velha.

Conte um pouco sobre o tema dessa edição, “Maturidade ComPaixão”

Cada fórum privilegia um tema. Uma das coisas que a gente vai fazer é trazer a questão da compaixão para fazer esse lugar da empatia, do envolvimento com o outro. Uma coisa que eu sinto às vezes que caracteriza a maneira como enfrentamos o envelhecimento é um certo isolamento – social e emocional. Então, elas vão ficando muito centradas nelas próprias – digo "elas" porque a maioria de quem frequenta são mulheres.

Por isso, também trazer a dimensão da compaixão: para colocar sempre presente o lugar do outro. A gente se constitui como sujeito, aprendendo, pela relação com o outro. Então, essa questão das interações é muito significativa. Aí, fiz essa brincadeira: Com Paixão e compaixão.

Também vamos falar da Rede Solidária, um espaço em criação no Prisma, onde a gente escolheria algumas entidades e lugares de ação para que a gente pudesse doar diretamente ou por meio de campanha.

O Fórum trará sete atividades bastante distintas entre si. Poderia comentar um pouco a respeito delas?

O que eu procuro criar nesse espaço do Fórum são campos de experiência. A primeira atividade “Ouvir Histórias” é com a Tininha Calazans, uma grande contadora de histórias para adultos. A atividade não traz “historinhas”, mas sim a potência da narrativa – as coloca em outro lugar.

Em seguida, vou fazer uma fala: fui convidada para falar sobre envelhecimento no Unibes Cultural há algum tempo e me pediram para falar um pouco no Fórum dessa dinâmica do envelhecimento. Também apresentarei o projeto Rede Solidária.

Depois, inspirados no Museu da Empatia, pedimos para pessoas gravarem trechos de suas histórias e trazerem um par de sapato. No dia, as pessoas terão um armário, onde estarão esses sapatos arrumados e com um QR Code. Colocarão fones de ouvido, escolherão sapatos e caminharão com eles enquanto escutam a história do dono do sapato. É uma provocação para pensar a relação empática, de criar juízo de valores a respeito da vida do outro.

Depois dessa atividade, vamos fazer uma meditação guiada. A mediadora dessa atividade é nossa professora de Tai Chi Chuan, tem um curso de meditação, prática regular de meditação aqui e faz Reiki.

Vai ter um curta-metragem, encaminhado por uma psicóloga que faz um projeto comigo, chamado Cine Prisma: uma vez por mês, na última quarta-feira, escolhemos um filme e o exibimos, e depois debatemos. Ela vai estar presente com esse curta, que é muito lindo e poético, e depois ela abre o debate.

Na sequência vem o Marcelo Clemente, que é um pesquisador em neurociência e comportamento. Ele vai falar do efeito neurológico diante da compaixão – como essa relação recíproca de comportamento afeta o cérebro.

Fecharemos o evento com o coral: composto de 37 mulheres idosas, regidas por uma maestrina que conhece trabalho com idosos há um tempo. Elas não vão apenas se apresentar, mas também interagir um pouco com o grupo, trazendo a música como um elemento possível no cotidiano. E assim a gente encerra mais um Fórum sobre o Envelhecimento.

Inscrições

De segunda a sexta-feira, das 8h15 às 18h15: presencialmente ou pelo telefone (11) 2198-0663

No fim de semana pelo telefone (11) 953-005-878 (apenas por WhatsApp)

Коментарі


Mais recentes
Arquivo
bottom of page