Farinhas
Confesso que não vario muito no uso das farinhas, além da farinha de trigo branca, integral, farinhas de mandioca, de amêndoas, de milho e farinhas de aveia. Fora isso, quase nenhuma experiência tenho com as demais – e já viram a quantidade de farinhas que encontramos nas lojas de produtos naturais? Temos farinha de berinjela, de banana-verde, de espinafre, de beterraba, de grão-de-bico, maracujá, coco, sorgo, linhaça, chia e por aí vai.
Numa das nossas aulas, às terças-feiras, resolvemos então testar as farinhas. Será que têm a mesma utilidade que a farinha de trigo? Será que dão liga? E o sabor?
Para o primeiro teste escolhemos farinhas de arroz integral, de aveia e de grão-de-bico. Estas três são farinhas sem glúten, atendendo às necessidades de quem é intolerante ao glúten.
Foram duas receitas escolhidas: uma para preparar panquecas (aquelas panquecas doces americanas) e um bolo simples de baunilha. As massas foram preparadas de modo exatamente igual, trocando apenas a farinha e incluindo um único tipo de farinha de cada vez.
Os resultados foram ótimos. E a que mais surpreendeu foi a farinha de grão-de-bico: tanto a panqueca como o bolo ficaram com ótima consistência.
Já o bolo com farinha de aveia esfarelava bastante, indicando que precisaria acrescentar alguma outra farinha para dar maior liga. As panquecas de aveia, porém, ficaram muito boas, mas não tão fofas como as panquecas de grão-de-bico. O bolo com sabor mais suave foi o bolo de farinha de arroz.
Quanto a aspectos nutritivos, a aveia é um alimento leve, de fácil digestão, mas que traz uma sensação de saciedade boa. Rica em fibras, limpando o organismo do excesso de gorduras ingeridas e regularizando as funções intestinais.
A farinha de arroz integral contém proteínas e fibras, evita a prisão de ventre e facilita o funcionamento do intestino. Reduz os níveis de colesterol ruim do organismo. Diminui a sensação de fome constante e regula os níveis de açúcar no sangue.
A farinha de grão-de-bico é muito nutritiva e rica em proteínas, fibras, ferro e magnésio, além de vitaminas do complexo B.
O próximo passo será testar essas farinhas no fabrico do pão caseiro.
Ana Alice é moradora do bairro e ministra as aulas de culinária com plantas alimentícias não-convencionais (PANC). Divide neste espaço do site alguns conhecimentos e vivências desse já tradicional curso – que acontece quinzenalmente, às terças-feiras, das 8 às 9 horas da manhã na sede da Sajama.